
Eu nunca pensei que iria de ver algo assim
Nunca imaginei que aquilo pudesse existir
E sei que nunca vou ter chance de possuir isso pra mim
Pois são tão grandes, inatingíveis, que você há de comigo convir:
Eu sei que eles não são meus por não caberem no meu mundo
Eu sei que eles nunca iriam combinar com meus espaços
Eu sei que vê-los, para mim é algo muito, muito, profundo
E eu sei que eles nunca caberiam em meus braços
Eu nem sabia o que dizer, pra comentar algo tão lindo
Então escrevi alguma coisa e postei sem pudor
Eu nem imagino o que ela, ao ler-me aqui, está sentindo
Nem sei se um dia algo maior vou compor
Mas sei de uma coisa: e essa, nem em sua ira ela negará
Que dentre dezenas, centenas de milhares, eles são únicos
Que até diante da lua resplandecem - sei que a sua glória ela verá
Que nem diante das estrelas mais famosas, eu tenho desejos tão lúbricos
Quem me dera eu pudesse estar aqui eternamente
Compondo versos sem parar - e pra estes tesouros sempre olhar
Que não tivesse compromissos, nem tivesse que ser gente
Ou quem me dera ser a luz, pra dentro deles penetrar
Não dá pra eu continuar
Pois um poeta arrisca a vida por um mísero olhar
Arrisca tudo o que um dia ele pôde arrecadar
Arrisca ter seus pés atados e o destino preso neste desenrolar
Fico então, à distância
Contemplando este céu
Fico eu, mais a ânsia
Sem o gosto do mel
Neste azul sem medida:
Levitando ao léu
A paixão concebida
Sentir-se-ia um réu