segunda-feira, 26 de julho de 2010

réu




Eu nunca pensei que iria de ver algo assim

Nunca imaginei que aquilo pudesse existir

E sei que nunca vou ter chance de possuir isso pra mim

Pois são tão grandes, inatingíveis, que você há de comigo convir:


Eu sei que eles não são meus por não caberem no meu mundo

Eu sei que eles nunca iriam combinar com meus espaços

Eu sei que vê-los, para mim é algo muito, muito, profundo

E eu sei que eles nunca caberiam em meus braços


Eu nem sabia o que dizer, pra comentar algo tão lindo

Então escrevi alguma coisa e postei sem pudor

Eu nem imagino o que ela, ao ler-me aqui, está sentindo

Nem sei se um dia algo maior vou compor


Mas sei de uma coisa: e essa, nem em sua ira ela negará

Que dentre dezenas, centenas de milhares, eles são únicos

Que até diante da lua resplandecem - sei que a sua glória ela verá

Que nem diante das estrelas mais famosas, eu tenho desejos tão lúbricos


Quem me dera eu pudesse estar aqui eternamente

Compondo versos sem parar - e pra estes tesouros sempre olhar

Que não tivesse compromissos, nem tivesse que ser gente

Ou quem me dera ser a luz, pra dentro deles penetrar


Não dá pra eu continuar

Pois um poeta arrisca a vida por um mísero olhar

Arrisca tudo o que um dia ele pôde arrecadar

Arrisca ter seus pés atados e o destino preso neste desenrolar


Fico então, à distância

Contemplando este céu

Fico eu, mais a ânsia

Sem o gosto do mel

Neste azul sem medida:

Levitando ao léu

A paixão concebida

Sentir-se-ia um réu

Casada com a liberdade



que linda arte você fez
que linda imagem e mensagem
que frases são as que disseste?
de onde vieram? quem lhes deste?
como chegou a ser quem és?
quantos estão já a teus pés?
quem você pensa que não é?
de onde veio a tua fé?
...
você é demais, mais de uma vez
você tem asas de verdade
isso não sãos os meus clichês
são versos puros de amizade
se eu conheci você um dia
quero te ter como se diz:
voar contigo em pleno dia
de noite ser teu aprendiz
...
quem sabe um dia eu consiga
seguir os passos que deixaste
e alcançar a sábia amiga
andar na areia e ser feliz
deixar de ver só meu nariz
e enchargar o horizonte
e escalar um belo monte
entrar bem fundo na caverna
e escrever na vida eterna


dedicado a Dri Guelber

toda mulher gosta de rosas




eu sei o que isso quer dizer
que ela gosta de ser lembrada
gosta de ser valorizada
de ser notada - a atenção a ela dada
gosta de carinho e afeto
gosta de ser reconhecida
toda mulher gosta de rosas
pois toda mulher sonha com o amor
quer ser amada intensamente
daquele jeito de tirar o fôlego
aquele amor que queima o peito
que arde sem machucar
pois só machuca quando acaba
toda mulher gosta de rosas
gosta de ser muito querida
e de noite aquecida
de madrugada protegida
de manhazinha enaltecida
a todo instante envolvida
sim gosta
gosta que eu sei
e ela sabe também
gosta de rosas
gosta sim
eu só não sei
se essa mulher um dia desses
se arriscaria
se gostaria assim de mim

O POETA




é contente e contenta
o poeta
tá lá, amando ruas, as nuas e as tuas
facerinho olhando nuvens, colos, vales e rimas
colhendo inspirações
prucurando brechas para colocar teus versos
fazendo amor, muito amor
o poeta
completa

Riso Maria Dersu e Eu..... rsss

domingo, 25 de julho de 2010

Concupiscídio



Numa planície aveludada, o sol deitou-se para descansar

O dia havia nascido tenro, tranqüilo, e uma brisa suave soprava melodias

As árvores dançavam alegremente, mas se alardes

Os pássaros gorjeavam com ternura

Até as pedras pareciam sorrir pra mim

Mas uma guerra estava pré-determinada

O coração sentia a companhia dela

Ela estava em seu país, mas ele sabia que estava lá em seus pensamentos

O engano prometia festas

E eu pensava que aquilo ia ser bom

Mas o inimigo estava à espreita

Quando o sol já levantava, pra cobrir outros lugares

E os pássaros o seguiram

E as árvores choraram

E as pedras se esfriaram

Tudo veio à tona então

Numa miríade e explosão de emoções

Na outra, uma represa de expressões

De um lado, o fogo

Do outro, a brasa

De um lado a incontinência

Do outro a experiência

De um lado o homem

Do outro a mulher

De um lado um preso

Do outro a presa

De um lado a faca

Do outro o queijo

Mas o inimigo estava ali, presente no meio do vale

Entre eles a distância

Entre eles a vigilância

Entre eles compromissos

Entre eles duas muralhas estáticas

Até os soldados com as tochas

Enviados para identificar o alvo

Não puderam o encontrar

O general quase enfartou

E acampamento esfumaçava

E a miríade da águia até tentou – se esforçou, se superou

Mas o outro lado não chegou à conclusão

E o que restou?

A confusão

Restou a dúvida

As incertezas e ânsias de jovem

A água caiu sobre o destacamento

E houve até quem morreu de frio

As baixas foram inestimáveis

Vidas

Sonhos

Desejos ocultos

Desejos claros

Desejos de todas as formas:

Presos,

Torturados,

Mutilados,

Fuzilados

Foi um grande concupiscídio

Mas a vida continua

E o sol virá de novo

E uma derrota ainda não é o nosso fim

Pois existem corações

E eles pulsam

E sentem tudo, mas não se sentem derrotados


Teu sorriso



não há quem passe e não a note

não há sequer um transeunte

que não comente como o outro

coisa mais linda nunca vi assim de perto

é dessas que a gente não esquece fácl

é dessas que tem uma perfeição inexplicável

e dessas que nos faz duvidar qeu não haja Deus

que possa criar algo assim tão majestoso

ela tem dentes perfeitos

e seu nome é Patrícia

ela tem um sorriso tão sincero

que da vontade de morder

ela sorri pra viva

e a vida dá gargalhadas de alegria ao vê-la sorrir

e eu contemplo

e admiro

e escrevo pois é tudo o que eu posso fazer

para dizer o quanto ela é especial

obrigado por existir

Desirée Photo Coment




sinuosidades e texturas à parte
o que é que elas tem de melhor?
se não as víssemos tão belas
como as veríamos?
se não tivéssemos os olhos
mas apenas coração
como seriam as cantadas?
se não pudéssemos fotografá-las
como guardá-las?
não fossem fótons?
não fossem carne?
não fosse imagem?
não fosse a vista?
não fosse a sensualidade?
não fosse a atração lasciva?
não fosse o vil desejo impuro?
não fosse assim?
como seria o comentário?
como as trataríamos?
o que daríamos a elas?
seríamos fiéis?
seríamos atenciosos?
dar-lhes-íamos flores?
se nós tivéssemos espírito,
diríamos apenas que são linda?
a quantas delas o dissemos?
diríamos que estamos sem palavras?
de onde vieram todas essas?
diríamos: very, very, beautiful?
ou simplesmente: É O MÁXIMO?
elas seriam tão perfeitas se não fossem muito gratas?
se elas não tivessem forma, lembraríamo-nos delas?
elas seriam “boas” se não fossem talentosas?
e se nós fizéssemos apenas um poema?
será que elas curtiriam?

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A novidade





Tinha acordado com um belo desacordo
Minha cabeça retorcia-se no tédio
E a dor aguda era irritante
Já estava a desistir do dia
Quando uma música se ouviu

Sua primeira nota foi notável:
Antes de eu tocar na tecla
Ela a tocou do outro lado

Cumprimentou-me e foi entrando em meu desejo
E de mansinho abriu uma porta no teatro
E uma linda novidade entrou com ela
E o trabalho foi tirado desse palco
...
E começou a nossa dança
A melodia dirigia nossos passos
E a cena foi criando vida em nossos membros

Embriagaram-se os remorsos ao soar dos nossos risos
E um desenho tomou conta do cenário:
Como que folhas, rios, ondas...
E uma flor bem conhecida;
Sobre a tez lisa de um monte
...
A ondulada colina do meu Éden

Então os olhos se fecharam
E no escuro, até podia eu sentir
O doce cheiro da entrã desnuda

E aquela fantasia veio visitar-me
E percebi que estava forte e diferente
Alimentou ainda mais na minha carne

Uma promessa veio então fazendo arte
Eu não podia a repreender
Ela entrou na nossa peça
E a melodia estava alta
E a pulsação acelerou

E veio a dúvida
E veio o velho charme hipócrita
Que logo foram apagados
Pela sincera ousadia

E veio a previsão do gozo
E nos fundimos em calor em pleno inverno

E eu fugi...
E fui...
E a dor migrou
Da minha cabeça foi pro peito
Porque a saudade a contratou!